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Aliando alta produtividade à redução de custo com mão de obra, o sistema construtivo que utiliza o Concreto-PVC, internacionalmente conhecido como Royal Building System, é uma alternativa que ganha mercado no Brasil, inovando a maneira de projetar e construir.
A tecnologia foi desenvolvida pela Royal Group Techonologies, no início da década de 1980, no Canadá. Chegou ao Brasil, em 1998, com a construção de uma escola no município de Macaé, no Rio de Janeiro e, hoje, soma mais de 500 mil m² de área construída nos mais diversos tipos de projetos, de casas populares do programa “Minha Casa, Minha Vida” a pavilhões industriais, passando por edifícios multipavimentos, lojas, escolas, e residências de alto padrão. No Brasil, a maior quantidade de obras de Concreto PVC está concentrada na região sul, especialmente no Rio Grande do Sul.
A tecnologia Concreto-PVC segue um conceito bem simples. Trata-se de um sistema modular constituído por painéis leves de PVC, de encaixe simples e rápido dos módulos, com espessuras e alturas variáveis dependendo do projeto que são preenchidos internamente com concreto e aço estrutural.
De acordo com Tiago Saretta Ferrari, arquiteto da Royal do Brasil S.A., programas como o “Minha Casa, Minha Vida” têm impulsionado o fornecimento do sistema construtivo para todo o Brasil. “Os sistemas industrializados são tendência como alternativa viável em todos os níveis da construção civil. Os sistemas à base de cimento são os mais utilizados, e é nesse grupo que se encontra o Concreto-PVC, que tem espaço garantido nesse cenário, onde os projetos em grande escala necessitam de velocidade, qualidade e controle com custos adequados ao mercado”, afirma.
O programa de habitação popular do governo federal adotou esse método de construção, que já está sendo aplicado em 12 estados: Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Recentemente, foi iniciada uma grande obra na cidade de Bom Jardim/RJ, onde aconteceu a maior catástrofe climática da região serrana, no início de 2011. Utilizando o sistema de Concreto PVC, serão construídas 350 casas populares num curto período de seis meses.
Vantagens do Concreto-PVC
Essa nova maneira de construir aumentou a competitividade devido às diversas vantagens comparando-se ao sistema convencional. Começando pela montagem, a redução de custo com mão de obra é de aproximadamente 70% em relação ao sistema convencional, pois não é necessária a utilização de equipamentos pesados, como guindastes, e nem de ferramentas especiais.
As formas que compõem o sistema são muito leves (de 8 Kg a 14 Kg/m2), facilitando o processo de montagem, mesmo em locais de difícil acesso, como terrenos com topografia acidentada por exemplo. É uma solução diversificada, independente da localização geográfica ou do clima da região, além de ter aplicações em construções para uso privado ou de interesse público e social.
Segundo dados da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) consultora do Concreto PVC no Brasil, para a construção de 20 casas populares de aproximadamente 43 m², o tempo estimado é de 30 dias para a conclusão da obra.
Outra vantagem da tecnologia é uma construção limpa, sem entulho e sem desperdício (redução de aproximadamente 90% em relação às obras convencionais), além do PVC ser reciclável. Há, ainda, uma economia de até 73% no consumo de energia elétrica e 75% no consumo de água durante a obra, o que a torna altamente sustentável do ponto de vista de preservação do meio ambiente.
“O PVC utilizado no sistema construtivo torna as paredes imunes aos raios ultravioleta e às variações de temperatura. Além disso, os edifícios construídos com o Concreto-PVC, possuem um excelente nível de conforto térmico e acústico”, explica Tiago, da Royal do Brasil S.A.
Como funciona
As paredes são ancoradas por meio de armaduras chumbadas à fundação, que é calculada de acordo com a tipologia da edificação e características de solo.
As faces do perfil em PVC constituem-se no acabamento final de todas as paredes, portanto, dispensam revestimentos e pinturas. Mas, é possível a aplicação opcional de outros revestimentos como pinturas, texturas, azulejo, granito, entre outros.
A instalação elétrica deve ser feita em um momento anterior a concretagem das paredes. A tecnologia possui um sistema próprio para passagem de fios e cabos, baseado em uma canaleta com geometria especial que fica embutida nos painéis. Também pode ser utilizado eletrodutos rígidos ou flexíveis, respeitando sempre as definições de cada projeto. Já na parte hidráulica, na execução da fundação devem ser previstos todos os pontos de tubulações de água e esgoto da obra.
O concreto usado no preenchimento dos painéis em PVC deve ser o mais adequado à função estrutural e de vedação com resistência de 10 a 25 MPa. Pode-se utilizar concreto convencional, autoadensável, leves, com raspas de isopor ou até mesmo com resíduos de construção, desde que possua a resistência adequada, slump de 25-26 e brita “0” ou pedrisco.
O sistema é aberto e modulável, sendo assim, qualquer tipo de planta e layout pode ser adequado à tecnologia, sendo utilizado em projetos de volume (acima de 1000 casas) ou em projetos pontuais de 1 a 10 casas por exemplo.
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Fonte: Lapisverde